A vida é a única verdade que existe. Não existe outro Deus além dela. Então, permita-se ser dominado pela vida em todas as suas formas, cores e dimensões, por todo o arco-íris e as notas musicais. Aprenda a lidar com isso de uma maneira serena. A receita é simples: trata-se tão-somente de se entregar. Não apresse o rio, deixe que ele o leve até o oceano. Relaxe, não fique tenso e não crie nenhuma divisão entre matéria e espírito. A existência é uma só, matéria e espírito são simplesmente lados da mesma moeda. Descanse e siga com o rio.
Seja um jogador, e não um homem de negócios. Assim você conhecerá muito mais a respeito de Deus, porque o jogador concorda em arriscar. Ele se permite arriscar tudo na mesa da vida. Não fique sóbrio, os sóbrios permanecem mortos. Embriague-se, beba o vinho da existência. Ele contém muita poesia, muito amor e muito suco. Você poderá desabrochar a qualquer momento.
A vida é como uma escola. O que a gente aprende nela tem de ser aplicado para não ser esquecido. Há alunos que aprendem rapidamente, tiram o máximo proveito das lições e conseguem o diploma de sábio. Outros esquecem os ensinamentos e repetem continuamente situações angustiantes. A vida, como a natureza, tem verdades muito simples que devem ser respeitadas. A maioria delas já conhecemos, às vezes até intuitivamente.
A vida é cíclica.O mundo moderno nos convida à correria e, em função disso, não temos tempo de observar a natureza, nossa grande mestra. Quem olha o mar e percebe as marés, as ondas e os ventos pode verificar como tudo tem seu ciclo. O dia e a noite, as estações do ano, o sol e a chuva, a vida e a morte. O ser humano, com sua sede de poder, procura imobilizar a vida e torná-la certinha, rígida como uma estátua. Mas a vida é dinâmica.
Hoje estou bem, amanhã posso não estar. Em certo momento, a vida está tranqüila como um vôo de ultraleve e, no momento seguinte, poderá estar envolta em nuvens de dificuldades. Mais um pouco, as nuvens vão embora e a claridade volta a iluminar.
A vida flui como as ondas do mar e, como um surfista, precisamos aprender a aproveitar suas subidas e descidas, mergulhar e retornar à tona, manter-nos na superfície de acordo com o movimento da água.Quando resolvemos eliminar de nossas vidas o fluxo das ondas e permanecer apenas como observadores passivos, anulamos nossa força vital.
A rigidez é característica dos cadáveres e das estátuas. Quando uma pessoa se acomoda, a rigidez torna-se inevitável. Ela pode fazer barulho, chamar a atenção dos outros, mostrar que seus problemas são dignos de preocupação, mas, no fundo, já morreu e está apenas esperando pelo dia do enterro. A vida é uma interminável aventura.
É uma nova relação amorosa que aparece, um projeto desafiador, um trabalho inédito, uma viagem inesperada, o nascimento de um filho, um novo amigo na vizinhança, a morte de um parente, uma notícia ruim na televisão, uma noite solitária... As ondas intercalam-se entre momentos alegres e tristes, tranqüilos e agitados, soltos e presos, como na natureza.
Quando estamos embaixo da onda, sofremos, sentimos a dor da perda. Mas o fogo do sofrimento nos purifica e ensina lições que não devemos esquecer. A força que surge dessa experiência interior nos dá impulso para subir e novamente voltar à superfície e saborear o vento, o sol e a luz.
Algumas pessoas têm dificuldade de viver na parte superior da onda, sentem medo da alegria e ficam remoendo problemas. Não aprenderam a celebrar cada acontecimento da vida. Imaginam que viver é somente sofrer e desperdiçam as dádivas da existência.
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